terça-feira, 29 de outubro de 2013

CDP de São José passa por vistoria após denúncia de tentativa de fuga




O dia foi tenso no Centro de Detenção Provisória de São José dos Campos depois que a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) descobriu um suposto plano de fuga no presídio. O Grupo de Intervenções Rápidas da SAP fez a revista na unidade durante toda a manhã e descobriu um risco na parede de uma das celas, que foi isolada para ser reparada. Além disso, pedaços de ferro, duas facas improvisadas e porções de drogas foram apreendidas.

Ainda de acordo com a SAP, dois detentos assumiram que estavam construindo o acesso e foram encaminhados para o pavilhão disciplinar. Os demais presos foram distribuídos nas outras celas do presídio. Foi feito um boletim de ocorrência, assim como a instauração de inquérito policial e a perícia técnica. O juiz da Vara de Execuções Criminais também foi comunicado do fato.

O trabalho de varredura terminou por volta do meio-dia e um caminhão carregando três caçambas com objetos encontrados dentro do presídio deixou o local. Foram apreendidos sete pedaços de ferro, duas facas improvisadas, 170 invólucros de maconha, 26 invólucros de cocaína, oito  chips de telefonia, um carregador de celular, um telefone e duas baterias de celular.


fonte: G1

Sob vaias aumento salarial é aprovado na Assembleia de SP



A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou nesta terça-feira um aumento de 7% no salário de policiais militares, civis e agentes penitenciários do Estado.

O projeto, enviado à Casa pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi aprovado com 50 votos a favor e 23 contra --houve abstenção de um deputado. O plenário estava lotado de policiais militares aposentados e familiares, que vaiaram a aprovação do projeto.

Como militares da ativa não podem participar de manifestações, geralmente eles são representados por PMs aposentados, parentes e pensionistas.

A votação do aumento já havia sido adiada duas vezes. Na última quinta-feira, não houve quórum mínimo para aprovar o projeto de lei complementar, que exige o voto favorável de 48 deputados.
Na primeira votação, ocorrida na terça-feira (22), foram obtidos 36 votos sim e 16 não. No dia, policiais fizeram um protesto em frente à Assembleia.

O reajuste foi anunciado por Alckmin no mês passado, mas os policiais militares dizem que é pouco e pediam um aumento salarial de 15% neste ano, e de 11% para o ano que vem.

"Na prática, vai aumentar R$ 150 no salário de um soldado, isso ele ganha fazendo bico em um dia", afirmou, no dia 22 de outubro, Wilson Morais, presidente da Associação de Cabos e Soldados.

Os PMs também reclamam do aumento de 10,5% dado apenas para a Polícia Civil, que, segundo a categoria, quebra da paridade entre as polícias. Após pressão, o governo anunciou na há duas semana uma série de medidas para valorização da carreira, mas os PMs apontam que não aborda a questão salarial.


fonte: Folha de S.Paulo

domingo, 27 de outubro de 2013

Alckmin desiste de presídio em Catanduva


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), recuou da decisão de construir presídio em Catanduva. O projeto foi iniciado durante a gestão do ex-governador José Serra (PSDB), em 2009, e previa a construção de um Centro de Progressão Penitenciária (CPP) com capacidade para receber 1.080 presos.

A decisão de Alckmin foi anunciada durante inauguração do Hospital da Criança, ontem, em Rio Preto. Durante entrevista coletiva, ao ser questionado pelo Diário sobre o presídio em Catanduva, o tucano respondeu: “Nós cancelamos a construção da unidade prisional em Catanduva. Nós fizemos um esforço. Temos outras cidades menores que querem fazer unidades prisionais.”

A declaração de Alckmin repercutiu de maneira imediata em Catanduva. O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que acompanhava o trâmite do projeto, vereador José Alfredo Luiz Jorge (PMDB), disse que comprou R$ 300 em rojões para comemorar a decisão do governo. Ele soltou parte dos fogos de artifício em frente à Câmara.

O prefeito de Catanduva, Geraldo Vinholi (PSDB), diz que o governador foi “sensível” ao pedido da população para que não houvesse o presídio na cidade. “A população não aceita e foi respeitada. Notícia que a gente leva com muito alegria porque era o anseio da população. Não anunciei antes porque o o governador pediu para anunciar. Mostrou carinho com a população de Catanduva. Agora é só comemorar”, disse Vinholi.

A deputada estadual Beth Sahão (PT) recebeu a manifestação do governador com cautela. Para a petista, “período eleitoral faz milagres.” “Espero que o governador mantenha a palavra e não seja retórica de campanha. É uma grande vitória da população que se mobilizou”, afirmou Beth ao citar os movimentos populares contrários à instalação do CPP, como o “alerta Catanduva.”


fonte: diarioweb

Visitas são suspensas no CDP de Mogi das Cruzes neste domingo (27)



As visitas no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mogi das Cruzes foram suspensas neste domingo (27). Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SAP), a suspensão ocorreu depois que dois indivíduos jogaram alguns objetos por cima da muralha do prédio.

A secretaria informou que um dos suspeitos foi capturado por agentes da unidade e conduzido ao 1º Distrito Policial. De acordo com as informações iniciais da secretaria, eles atiraram potes plásticos contendo celulares, pedaços de serra e uma porção possivelmente de uma substância entorpecente.

Segundo a  SAP, o CDP de Mogi das Cruzes tem capacidade para 768 presos e atualmente abriga 2,1 mil.



fonte: G1

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

TJ acata pedido de transferência de preso da P2 para Bernardes



O Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo acatou o recurso apresentado pelo Ministério Público Estadual (MPE) para transferir um dos integrantes da quadrilha que age dentro e fora dos presídios paulista para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Dois dos 35 recursos apresentados foram julgados nesta quinta-feira (24), em São Paulo.

Em um deles, o TJ aceitou o pedido e autorizou a transferência imediata de Paulo César Souza Nascimento Júnior, conhecido como Paulinho Neblina.

Ele está preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau e deve ser levado para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) de Presidente Bernardes assim que a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) for comunicada da decisão.

Paulinho Neblina é considerado um dos homens de confiança dos chefes da quadrilha. Condenado a 89 anos de prisão, o sequestrador já esteve no presídio de Bernardes diversas vezes.
Em 2006, ele foi transferido para o RDD depois que agentes de segurança encontraram dentro da P2 de Venceslau um bilhete escrito pelo criminoso em que planejava uma ação, provavelmente um sequestro.

Neblina também foi flagrado enquanto conversava pelo telefone celular durante as investigações feitas pelo Ministério Público e divulgadas neste mês. Nas ligações, o criminoso passa as ordens da chefia para outros presos.

Em uma das conversas, ele fala sobre um salve, um comunicado, para todos os integrantes da quadrilha fiquem em alerta.

Neblina fala: “Pediu pra tá passando esse salve na geral, no sistema inteiro, tá bom meu irmão? Porque não tá dando, os cara tá usando aí, tudo aí que tá acontecendo, de repente começa a mexer onde não deve aí, então é pra deixar todo mundo em alerta, entendeu meu irmão?”
Paca diz: “Entendeu”.


O outro recurso apresentado pelos promotores foi negado pelo
Tribunal de Justiça. O MP queria que Cláudio Barbará da Silva também fosse transferido para o RDD, mas os desembargadores não aceitaram o pedido. Com isso, o criminoso segue preso na Penitenciária 2 de Venceslau.

Barbará integra o segundo escalão da quadrilha e também foi flagrado durante as investigações do Ministério Público. Pelo celular, o preso diz ter assumido a responsabilidade sobre uma futura ação. Segundo os promotores, o bandido fala de um plano para libertar os chefes da quadrilha de dentro da P2 de Venceslau.

Cego comenta: “Quando que nóis vai colocar o pé lá de novo [na rua] pra nóis pegar numas ferramentas (armas), maior saudade”. Barbará responde: “Então, rapaz, a gente tá com as coisas [plano de fuga] andando, mas nesse item aí [ir para rua] eu matei no peito pessoalmente [assumiu o gerenciamento] e mandei um retorno pra você aí (...) a única coisa que eu posso dizer pra você é que nóis está na luta”.

Outros 33 recursos aguardam decisão judicial.


fonte: iFronteira

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Facção dá ordem para matar agentes penitenciários,policiais e até crianças de dentro do presídio

Detentos pulam alambrado e fogem de Penitenciária em Jardinópolis / SP



Dois detentos fugiram na noite de domingo (20) do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Jardinópolis (SP). Segundo a assessoria da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), os internos do regime semiaberto pularam o alambrado e fugiram em direção a um canavial nos fundos do prédio. Até o momento, nenhum dos fugitivos foi encontrado.

A SAP informou que a fuga ocorreu por volta das 20h, quando os dois detentos – que não tiveram as identidades reveladas - foram vistos correndo em direção ao alambrado nos fundos da unidade. Os agentes de segurança acionaram o alarme das torres de controle da penitenciária, e correram até o local para tentar interceptar os presos, que conseguiram chegar a um canavial e fugiram.
Mesmo com as tentativas de captura realizadas pelos agentes penitenciários e pela Polícia Militar, ninguém foi encontrado.

De acordo com a SAP, as unidades penais de regime semiaberto não possuem vigilância armada por parte dos agentes penitenciários e também não são cercadas por muralhas.
Por meio da assessoria, a secretaria informou que foi solicitada à autoridade judiciária a suspensão do regime semiaberto dos detentos. A SAP afirmou que vai apurar se houve falta disciplinar e se a fuga os teria sido facilitada por funcionários da unidade.


fonte: G1


sábado, 19 de outubro de 2013

Estado vai construir quarta penitenciária em Lavínia


O município de Lavínia, que tem população estimada de aproximadamente 8,7 mil habitantes e que já abriga três penitenciárias, deve ganhar mais uma unidade prisional construída pelo governo do Estado. O prédio deve ser construído em um  terreno  em frente à P1 (Penitenciária 1 Vereador Frederico Geometti), que fica no quilômetro 3 da estrada Lavínia/Tabajara, no bairro rural Perobal. A informação foi confirmada ontem pela administração municipal, depois que a SAP (Secretaria de Administração Municipal) publicou um requerimento à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado) solicitando licença ambiental para a nova unidade prisional.

 De acordo com a publicação, feita na quinta-feira, os pedidos de licença ambiental são para unidades a serem construídas em Paulo de Faria, Lavínia, Caiuá, Nova Independência e Gália. Para requerer as licenças o Estado já apresentou os estudos de impacto ambiental das construções. Os interessados têm prazo de 15 dias a partir da publicação para manifestações, que devem ser protocoladas no Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental da companhia, em São Paulo.

A Folha da Região  entrou em contato com a Prefeitura de Lavínia, que confirmou que o Departamento de Obras do Estado já analisou a área que receberá a nova penitenciária, elaborou o estudo ambiental e vai fazer a desapropriação para construção do empreendimento. A administração municipal afirma que apesar de a maioria dos municípios ser contrária à construção de penitenciárias, Lavínia é uma das poucas cidades que vê com bons olhos o investimento e aprova a implantação de unidades prisionais. Ainda de acordo com a Prefeitura, o empreendimento agrega benefícios econômicos para a cidade.


fonte: Folha da Região
créditos: Lázaro JR

domingo, 13 de outubro de 2013

Celular na prisão custa até R$ 25 mil



O crime organizado criou um sistema de comunicação alternativo ao telefone celular para manter os negócios em funcionamento sem a interferência da polícia e do MPE (Ministério Público Estadual). É o chamado "bate-bola" — envio de mensagens de dentro do presídio para as ruas. O sistema é dominado por integrantes da cúpula da facção que exercem a função de "sintonia da rua", ou seja, mantém a coesão e a ordem segundo as normas da facção entre presos ou bandidos livres.

De acordo com as investigações do MPE, os criminosos da cúpula mandariam "pipas" para as ruas, como são chamados os bilhetes por meio de mulheres, as pontes. "Essas mulheres levam semanalmente os bilhetes ocultos nos órgãos genitais para dentro dos presídios e após a "visita" trazem a resposta para os comandados na rua", afirmaram os 23 promotores de todos os Gaeco (Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) no Estado de São Paulo.

Para manter o fornecimento de celulares nas cadeias, a facção comprou um "portal", como os detentos chamam os detectores de metal iguais aos usados por bancos. O objetivo era fazer testes para encontrar uma forma de passar telefone pelo detector sem o aparelho ser percebido.

A operação, aparentemente custosa, tinha como objetivo diminuir os gastos da facção, pois agentes corruptos estavam pedindo até R$ 25 mil para deixar entrar um único telefone na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde está presa a maioria da cúpula do PCC.

Se há a necessidade de contato mais rápido, os bandidos mobilizam advogados que servem de pombo-correio para o crime.

fonte:  R7


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

PCC: como funciona a facção, sua cúpula e influência



Organograma PCC



Facção faz 'censo' e mapeia membros


Com base nos documentos apreendidos com a facção criminosa durante os três anos e meio de investigação, o Ministério Público Estadual (MPE) montou o organograma da facção e obteve o "censo" do Primeiro Comando da Capital (PCC), feito pelo setor da organização denominado Sintonia Geral dos Outros Estados.

Por meio do censo foi possível verificar que os dois Estados, além de São Paulo, onde a facção tem o maior número de adeptos são Paraná e Mato Grosso do Sul. No primeiro, o PCC tem 626 integrantes, dos quais 545 estão detidos - destes, 20 são originários de São Paulo.

A forte presença da facção no Paraná tem dois motivos principais. O primeiro é histórico. Nos anos 1990, seis integrantes da cúpula da facção, entre eles José Márcio Felício, o Geleião, um de seus fundadores, foram enviados pela Administração Penitenciária de São Paulo para o Estado vizinho em uma tentativa de desarticular o bando.

Em vez disso, os criminosos fundaram ali o Primeiro Comando do Paraná (PCP) e passaram a dominar o sistema prisional do Estado, liderando rebeliões e fugas. Além do enraizamento nas cadeias, o outro motivo para a forte presença da facção é o fato de o Estado servir de rota para o tráfico de drogas.

Logo ao lado, no Paraguai, está baseado um dos maiores fornecedores de cocaína para a organização: trata-se de Carlos Antonio Caballero, o Capilo. Foi com Capilo em 2008 que o PCC firmou seu primeiro acordo com um traficante internacional. O diário de Wagner Roberto Raposo Olzon, o Fusca, foi apreendido naquele ano pela Polícia Federal e revelou os detalhes do acerto para o envio de drogas do Paraguai e da Bolívia para a facção paulista.

Em 25 de maio de 2010, no começo da investigação - arquitetada pelo então secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto -, o acusado Samuel Augustino Roque, o Tio Pec, recebeu um telefonema no qual lhe foi passada uma ordem da Sintonia Final Geral do PCC, a cúpula da facção. O "salve" dizia que a facção não devia se preocupar apenas em dominar o crime organizado na faixa de fronteira do Paraguai, mas todo o país por meio do "fortalecimento do PCC, da conscientização de companheiros e outros criminosos".

Depois de São Paulo e Paraná, o Estado que concentra a maior quantidade de membros da facção é o Mato Grosso do Sul. Ali o bando mantém 558 integrantes, dos quais 469 estão em penitenciárias e 89 são foragidos. O Estado ocupa essa posição na geografia do PCC em razão de sua importância como rota de passagem da droga que vem do Paraguai e da Bolívia para o Estado de São Paulo.

Dominando o Estado, o PCC consegue tornar o território em uma área hostil para as facções rivais paulistas ou para outros grupos organizados que tentem desafiar seu poder. Esse seria o caso de bandos como o Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade (CRBC).

Estrutura. As interceptações telefônicas reuniram milhares de áudios nos quais os integrantes da Sintonia Final Geral do PCC negociam a compra de fuzis, pistolas e drogas para a facção. Em um telefonema, por exemplo, flagrado em 17 de outubro de 2010, Roberto Soriano, o Tiriça, conversa com Tio Pec e faz as contas: só em sua reserva de armas a facção tinha naquele dia 55 fuzis, 3 metralhadoras calibre .30, 100 pistolas e 15 carabinas. No fim do ano, a facção teria alçado a marca de uma centena de fuzis - a meta era atingir um total de mil fuzis e usar o Rio como território para treinamento de tiro.

Para evitar a ação das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), a cúpula do PCC decidiu descentralizar o paiol do grupo. Cada seção da facção devia manter cinco fuzis e uma quantidade um pouco maior de pistolas. Também devia ter em cada região uma casa com um "mineral" enterrado - a reserva de R$ 1 milhão usado para compras de emergência do grupo.

Todas as decisões estratégicas da facção são tomadas pela Sintonia Final Geral. Composta por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros sete criminosos, os bandidos têm um grupo de suplentes. Trata-se do Apoio da Sintonia Final Geral, formado por nove bandidos, entre eles o sequestrador Paulo Cézar Souza Nascimento Júnior, o Paulinho Neblina.

Foi Neblina quem substituiu Tiriça, o único integrante da Sintonia Final Geral que não está detido na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau.

Tiriça foi mandado em novembro de 2012 para a Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, depois de ter sido flagrado ordenando ataques a policiais militares no Estado de São Paulo. Os criminosos alegavam que os atentados eram retaliações por causa de supostas execuções praticadas pela Rota contra integrantes do PCC. Ao todo, 104 PMs foram assassinados em 2012.


fonte: Estadão
créditos: Marcelo Godoy







'Foi o PCC quem reduziu a criminalidade', diz Marcola



Ninguém importante no crime organizado de São Paulo escapou das interceptações telefônicas feita pelo Ministério Público Estadual. Nem mesmo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Conhecido por sua aversão a falar no telefone celular, o chefão do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi flagrado duas vezes pela equipe de policiais militares que trabalhavam para os promotores.

O homem condenado pelos ataques à polícia em 2006 e pelo assassinato em março de 2003 do juiz Antonio José Machado Dias, da Vara de Execuções Penais de Presidente Prudente, orgulha-se de ter abolido o crack das cadeias de São Paulo. "Nós paramos, na prisão ninguém usa", diz o chefe para um dos subordinados, identificado pelo apelido de Magrelo.

A conversa entre os dois ocorreu em 2 de março de 2011, às 21h12. Marcola estava na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Mas não é só de sua ação na cadeia que o bandido se vangloria. Ele afirma que "hoje pra matar alguém é a maior burocracia", referindo-se às normas impostas pela facção. Por elas, quando um bandido tem alguma queixa contra outro deve se dirigir a um tribunal do PCC.

Neles, o faltoso pode ser desde repreendido até morto. Mas a sentença de morte tem de ser referendada pelo "comando".

"Então quer dizer, os homicídios caíram não sei quantos por cento e aí eu vejo o governador chegar lá e falar que foi ele." Em outra conversa no mesmo dia, Marcola diz para Marcio Alarido Esteves, o Turim, que é necessário contratar um advogado por R$ 100 mil para defender a facção.


fonte: Estadão
créditos: Marcelo Godoy

Após clima tenso em penitenciária, ônibus aparecem incendiados em Avaré



A penitenciária I de Avaré tem registrado o chamado canecaço e protestos de presos contra medidas administrativas. Isso tem deixado o clima tenso dentro da unidade onde existem cerca de 500 detentos.
Na tarde de quarta-feira uma equipe de segurança teve que entrar no presídio e controlar a situação, mas não houve confronto.

Na madrugada seguinte dois ônibus aparaceram incendiados e a polícia investiga se há relação com a situação da penitenciária.

Nessa sexta-feira de madrugada também houve nova manifestação de presos com o acionamento da polícia militar, mas sem a necessidade de entrar no local.


créditos foto: Cleber Novelli
fonte: Assessoria Um
 

Maior investigação da história do crime organizado denuncia 175 do PCC


Depois de três anos e meio de investigação, o Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo concluiu o maior mapeamento da história do crime organizado no País, com um raio X do Primeiro Comando da Capital (PCC). Por fim, denunciou 175 acusados e pediu à Justiça a internação de 32 presos no Regime Disciplinar Diferenciado - entre eles, toda a cúpula, hoje detida em Presidente Venceslau.

As provas reunidas pelos promotores do Grupo Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) permitiram a construção de um retrato inédito e profundo da maior facção criminosa do País. Os promotores reuniram escutas, documentos, depoimentos de testemunhas e informações sobre apreensões de centenas de quilos de drogas e de armas. O Estado teve acesso aos documentos e a milhares de áudios que formam o maior arquivo até hoje reunido sobre o grupo.

O MPE flagrou toda a cúpula da facção em uma rotina interminável de crimes.

Ela ordena assassinatos, encomenda armas e toneladas de cocaína e maconha. Há planos de resgate de presos e de atentados contra policiais militares e autoridades. O bando faz lobby e planeja desembarcar na política.

Presente em 22 Estados do País e em três países (Brasil, Bolívia e Paraguai), a "Família" domina 90% dos presídios de São Paulo. Fatura cerca de R$ 8 milhões por mês com o tráfico de drogas e outros R$ 2 milhões com sua loteria e com as contribuições feitas por integrantes - o faturamento anual de R$ 120 milhões a colocaria entre as 1.150 maiores empresas do País, segundo o volume de vendas. Esse número não inclui os negócios particulares dos integrantes, o que pode fazer o total arrecadado por criminosos dobrar.

A principal atividade desenvolvida pela facção é tráfico de drogas. Chamado de Progresso, prevê ações no atacado e no varejo. No último, a facção reunia centenas de pontos de venda espalhados pelo País. Eles são chamados de "FM". No caso da cocaína, os bandidos mantêm um produto de primeira linha, o "100%" e o "ML", que é a droga batizada, de segunda linha. A maconha é designada nas conversas com o nome de Bob Esponja. A droga do PCC vem do Paraguai e da Bolívia. Os três principais fornecedores de drogas para o PCC seriam o traficante paraguaio Carlos Antonio Caballero, o Capilo, e os brasileiros Claudio Marcos Almeida, o Django, Rodrigo Felício, o Tiquinho, e Wilson Roberto Cuba, o Rabugento.

Arsenal.

 O bando tem um arsenal de uma centena de fuzis em uma reserva de armas e R$ 7 milhões enterrados em partes iguais em sete imóveis comprados pela facção. Ao todo, o grupo tem 6 mil integrantes atrás das grades e 1,6 mil em liberdade em São Paulo. Esse número sobe para 3.582 em outros Estados - somando os membros ativos e inativos, além dos punidos e os que não têm mais cargos ou participação em atividades mantidas pela facção.

A denúncia do MPE foi assinada por 23 promotores de Justiça de todos os Gaecos de São Paulo. O MPE fez ainda um pedido à Justiça de que seja decretada prisão preventiva de 112 dos acusados. Todos os suspeitos listados pelo MPE foram flagrados conversando em telefones celulares, encomendando centenas de quilos de cocaína, toneladas de maconha, fuzis, pistolas, lança-granadas e determinando a morte de desafetos, traidores e suspeitos de terem desviado dinheiro da Família. Deixam, assim, claro que atuam segundo o princípio de que "o crime fortalece o crime". Dezenas de telefonemas relatando pagamento de propinas, principalmente a policiais civis, mas também a PMs, fazem parte da investigação.

A Justiça de Presidente Prudente se negou a decretar a prisão de todos os acusados, sob o argumento de que seria necessário analisar mais detidamente as acusações. O mesmo argumento foi usado pela Vara das Execuções Criminais, que indeferiu o pedido de liminar feito pelo MPE para internar toda a cúpula da facção no RDD da Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Bernardes. O juiz Tiago Papaterra decidiu verificar caso a caso a situação dos detentos, antes de interná-los.


fonte: Estadão
créditos: Marcelo Godoy

175 integrantes de facção são denunciados após 3 anos de escutas



Uma megainvestigação de três anos realizada pelo Ministério Público de São Paulo aponta que a cúpula de uma facção criminosa comanda, de dentro dos presídios paulistas, o tráfico de drogas e armas, além de ordenar a morte de inimigos e policiais. Como resultado a apuração, os promotores pediram a prisão preventiva de 175 integrantes da facção e a transferência de 32 presos para o Regime Disciplina Diferenciado (RDD).

A investigação foi divulgada nesta sexta-feira (11) pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
A partir da investigação, os promotores mapearam a estrutura da quadrilha, da qual o chefe da quadrilha é Marco Willians Camacho, que está preso faz sete anos.

Na investigação, os promotores também descobriram que 169 mil presos estão sob controle da facção; que o grupo criminoso atua em 90% dos presídios paulistas e que fora dos presídios, a facção vende drogas e negocia compra de armas, e mata quem atrapalha os planos da facção.

As gravações comprovam que bandidos perigosos comandam, por telefone, uma facção criminosa de dentro da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, a 600 km da capital paulista. Segundo a promotoria, os criminosos negociam drogas, financiam o crime organizado e matam quem atrapalha as atividades do grupo.

As polícias militar e civil já vinham se preparando para fazer prisões e transferir os chefes da facção criminosa. Entretanto, a Justiça negou todos os pedidos da promotoria, o que deixou promotores e a cúpula da segurança pública indignados. A denúncia causou mal estar entre o Ministério Público e a Justiça, de acordo com o SPTV.

Durante as investigações, o MP descobriu também que 106 PMs mortos no ano passado no estado, foram vítimas das ações do grupo. A ordem para os assassinatos partiu também de dentro do presídio.


fonte: G1