quinta-feira, 20 de setembro de 2012

MP de Rio Preto quer responsabilizar operadoras por celular em presídios

Venda indiscriminada de chips atrapalha trabalho da polícia.
Em 2010, foram encontrados 11 mil aparelhos nos presídios do Estado.



O Ministério Público quer responsabilizar as operadoras de celulares por venderem chips sem controle e dificultar o rastreamento das ligações nos presídios do noroeste paulista. Este é um dos maiores desafios da segurança pública, e que também é um problema para toda a sociedade. Mesmo dentro dos presídios, chefes do crime organizado ainda mandam e desmandam em suas quadrilhas, tudo com o uso de celulares.

A situação é bem comum durante vistorias nos presídios. Agentes penitenciários encontram vários celulares e carregadores. Assim que ficam sabendo da fiscalização, os presos abandonam os aparelhos para não serem pegos, mas logo conseguem outros e continuam coordenando crimes de dentro da cadeia.

Na região noroeste paulista, presos comandavam um grande esquema de tráfico e lavagem de dinheiro de dentro da cadeia. Conversas mostraram outro traficante cobrando dívida de outro traficante.

Quem visita um preso passa por aparelho de raio-X, detectores de metal e uma revista minuciosa. Mesmo assim, os aparelhos continuam entrando nos presídios e nem a polícia sabe responder como. “Apesar de toda a fiscalização, ainda ocorre essas entradas. É solicitado à operadora quem foi que comprou este chip. Se for em uma banca de revistas, ele indica o número do CPF que não é daquela pessoa, aí muitas vezes não se chega a autoria”, afirma o delegado Luís Alberto Bovolon.

Uma das grandes dificuldades da polícia é identificar os responsáveis por estes celulares. Para o Gaeco, grupo do Ministério Público de combate ao crime organizado, as empresas de telefonia móvel facilitam a vida dos bandidos. As operadoras descumprem a lei: vendem chips e cadastram novas linhas apenas com o número do CPF.

O Ministério Público enviou ofício à Anatel, agência que regulamenta as empresas de telefonia, exigindo providências e que elas cumpram a lei. “No momento de se fazer a investigação, se nós não temos o acesso ao dado verdadeiro do usuário da linha telefônica é óbvio que a identificação dele se torna muito mais demorada. Isso não havia necessidade se as operadoras de telefonia simplesmente cumprissem a lei”, diz o promotor João Santa Terra Júnior.

O último levantamento feito pela Secretaria de Administração Penitenciária mostra que em 2010 foram encontrados mais de 11 mil aparelhos celulares nas penitenciárias do estado de São Paulo.
Ninguém da Anatel se pronunciou sobre um maior controle na venda de chips.


fonte: G1 - TV Tem Rio Preto


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