quinta-feira, 13 de setembro de 2012

MP mira esquema de entrega de celular em penitenciária



O Ministério Público de Cravinhos entrou com ação civil pública pedindo a demissão de dois agentes penitenciários que estão presos suspeitos de levarem celulares e drogas para a Penitenciária I de Serra Azul. O procedimento também solicita a indisponibilidade de bens dos acusados, que podem estar envolvidos com a facção criminosa que domina os presídios paulistas (PCC).

"Pedi a indisponibilidade de todo o patrimônio e da conta corrente deles para a reparação do dano moral. A atitude deles atinge a sociedade que merece ser indenizada por dano moral. Essa punição é para servir de exemplo", diz o promotor Wanderlei Baptista Trindade Júnior.

Os dois estão presos preventivamente e Trindade não descarta a possibilidade deles estarem envolvidos com o crime organizado. "Existem indícios de envolvimento de ambos no crime organizado e no tráfico de entorpecente e eu acredito que eles têm ligação com a facção criminosa".
Segundo ele, as investigações mostraram que os dois agentes agiam juntos. A Polícia Civil, em poder de um mandado de busca e apreensão, encontrou na casa de um dos funcionários presos a quantia de R$ 10 mil em dinheiro. Na conta bancária do suposto comparsa foram localizados depósitos que variam de R$ 3 a R$ 5 mil. "Também apreendemos computadores e celulares de um dos agentes e já pedimos a quebra de sigilo de dados."

Os dois agentes abasteciam o presos com celulares e possivelmente com drogas há pelo menos um ano, diz Trindande. Ele não descarta a possibilidade de outros envolvidos. "Estes agentes corruptos colocam em risco todo o sistema e a vida dos agentes penitenciários que trabalham com eles. Eles também contribuem para a insegurança das audiências nos fóruns. Não podemos permitir que eles continuem agindo e também não podemos deixar que este Estado paralelo domine a nossa sociedade."

Trindade faz questão de destacar que a maioria dos agentes são éticos e elogia a atuação do diretor da penitenciária Reginaldo Neves Araújo. "Ele foi pronto para acabar com este tipo de pessoa que estava agindo no presídio".

O advogado Everton Marcelo Xavier, que representa os dois agentes, diz que não falará sobre o caso para não atrapalhar a sua estratégia de defesa.


Imagens


A assessoria de imprensa da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) informa que a ação dos dois agentes foi flagrada pelo Diretor do Centro de Segurança e Disciplina da unidade, por meio de imagens de monitoramento que flagraram, em tempo real, um entregando o celular ao outro no setor de portaria.

Segundo a assessoria, um dos agentes admitiu que ingressou com dois celulares no presídio e teria escondido os aparelhos atrás da pia do banheiro do pavilhão de trabalho II e que havia mais dois celulares em seu armário que seria entregue aos sentenciados. Ele foi preso em flagrante no dia 26 de agosto. O outro servidor negou os fatos, mas por determinação da Justiça foi preso no dia 4 de setembro.

A nota diz ainda que o combate à entrada de drogas nas prisões têm sido possível graças a eficiência dos agentes e ressalta que é lamentável que maus servidores, com interesses escusos, se aproveitem de sua posição para cometerem crime, mas eles não tiram o brilho dos bons profissionais.


fonte: Jornal A Cidade
créditos: Jucimara de Pauda 

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