quarta-feira, 22 de julho de 2015
Complexo Campinas-Hortolândia opera 91% acima da capacidade
As penitenciárias do Complexo Campinas-Hortolândia estão operando 91,6% acima da capacidade máxima. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), são 5.003 vagas, mas até esta terça-feira (21) eram 9.586 presos divididos em cinco unidades.
Os dados da SAP evidenciam que a superlotação não acontece só na região, mas em todo o estado de São Paulo, que tem o maior complexo penitenciário do país. Nos primeiros quatro meses do ano, entraram para o sistema carcerário paulista 9.444 novos presos por mês.
Essa é a maior média dos últimos cinco anos. Segundo a secretaria, seria preciso construir um presídio por mês para abrigar todos os detentos.
Segurança em risco
A superlotação coloca em risco à segurança dos funcionários das unidades prisionais. A falta de estrutura é um dos motivos para a greve dos agentes penitenciários.
Com os agentes parados, de acordo com o diretor regional do sindicato dos agentes penitenciários, Carlos Rufino, novos presos não entram, só os serviços considerados essenciais são mantidos. "Só alvará de soltura, emergências médicas e banho de sol" afirma.
Os agentes penitenciários querem o fim de processos administrativos contra quem participou da greve do ano passado, bônus equivalente a um 14º salário por ano, além de mais segurança.
Nas últimas duas semanas, dois agentes do Complexo Penitenciário Campinas-Hortolândia foram alvo de atentados. Os dois foram baleados, um deles ficou ferido em estado grave e o outro morreu. "Até agora a gente não sabe o que tá levando a esses atentados", afirma o diretor.
Dividindo colchão
Uma mulher, que prefere não ser identificada, é casada com um preso. Ela faz visitas semanais ao marido no complexo. "Tá lotado. Tem capacidade pra 12 e estão em 33. Dormem no mesmo colchão. Um com cabeça pra cima e outro com a cabeça pra baixo. E os que ficam sem a cama dormem no chão", afirma.
Em nota, a SAP disse que os números já mostram que de fato há superlotação e que o levantamento dos primeiros quatro meses foi feito com o número de detentos que passaram pelos presídios, independentemente do tempo que permaneceram presos.
Sobre as investigações e a greve dos agentes penitenciários, a SAP não respondeu. Já o sindicato afirmou que o governo ainda não apresentou nenhuma proposta.
fonte: G1
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário