quinta-feira, 10 de maio de 2012

Detentas de Cajuru (SP) fazem rebelião em cadeia com superlotação

Detentas de Cajuru (298 km de São Paulo) fizeram rebelião na tarde desta quarta-feira (9).


O motivo, segundo a Polícia Civil, seria o corte de "regalias" feito pelo delegado Rodrigo Salvino Patto, além da superlotação. A rebelião terminou por volta das 18h15, após negociação entre as presas e o delegado.


De acordo com a polícia, as mulheres atearam fogo em colchões no pátio e duas presas grávidas foram transferidas para unidades de saúde após passarem mal.


Uma presa também foi atendida por conta de um arranhão e depois, liberada.


O fogo foi controlado pela brigada de incêndio do município e não houve reféns.


A cadeia tem capacidade para abrigar 20 presas, mas estaria com pelo menos 70 mulheres hoje. O local possui quatro celas, que comportam até cinco mulheres cada.


Em junho de 2009, a superlotação e as más condições de higiene da cadeia foram alvos de ação civil pública da Defensoria Pública de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).


Na ocasião, segundo o coordenador da Defensoria Victor Hugo Albernaz Júnior, as presas estavam sofrendo com uma epidemia de sarna.


A ação, com pedido de liminar, pedia para que fosse feita a adequação da capacidade da cadeia. A liminar, no entanto, foi negada em primeira instância. A defensoria recorreu ao TJ (Tribunal de Justiça) e ainda não houve resposta.


"A situação já estava problemática há três anos. O problema se arrasta desde então e era inevitável que essa rebelião acontecesse", afirmou Albernaz Júnior. Ainda segundo ele, o local não é adequado para receber mulheres grávidas.


"Ninguém espera que na cadeia haja mordomia. Mas não estamos na Idade Média e as mulheres não podem ser penalizadas duplamente, com essa situação degradante", afirmou.


fonte: Jornal Floripa


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