Detentas de Cajuru (298 km de São Paulo) fizeram rebelião na tarde desta
quarta-feira (9).
O motivo, segundo a Polícia Civil, seria o corte de "regalias" feito pelo
delegado Rodrigo Salvino Patto, além da superlotação. A rebelião terminou por
volta das 18h15, após negociação entre as presas e o delegado.
De acordo com a polícia, as mulheres atearam fogo em colchões no pátio e duas
presas grávidas foram transferidas para unidades de saúde após passarem mal.
Uma presa também foi atendida por conta de um arranhão e depois, liberada.
O fogo foi controlado pela brigada de incêndio do município e não houve
reféns.
A cadeia tem capacidade para abrigar 20 presas, mas estaria com pelo menos 70
mulheres hoje. O local possui quatro celas, que comportam até cinco mulheres
cada.
Em junho de 2009, a superlotação e as más condições de higiene da cadeia
foram alvos de ação civil pública da Defensoria Pública de Ribeirão Preto (313
km de São Paulo).
Na ocasião, segundo o coordenador da Defensoria Victor Hugo Albernaz Júnior,
as presas estavam sofrendo com uma epidemia de sarna.
A ação, com pedido de liminar, pedia para que fosse feita a adequação da
capacidade da cadeia. A liminar, no entanto, foi negada em primeira instância. A
defensoria recorreu ao TJ (Tribunal de Justiça) e ainda não houve resposta.
"A situação já estava problemática há três anos. O problema se arrasta desde
então e era inevitável que essa rebelião acontecesse", afirmou Albernaz Júnior.
Ainda segundo ele, o local não é adequado para receber mulheres grávidas.
"Ninguém espera que na cadeia haja mordomia. Mas não estamos na Idade Média e
as mulheres não podem ser penalizadas duplamente, com essa situação degradante",
afirmou.
fonte: Jornal Floripa
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