O Ministério Público em São Paulo vai pedir à Justiça para barrar a
saída temporária, durante as festas de fim de ano, dos presos do regime
semiaberto que forem integrantes da organização criminosa responsável
por ordenar os ataques às forças de segurança do estado.
Até esta
quarta-feira (14), 92 policiais militares tinham sido assassinados em
São Paulo este ano.
Para a Promotoria das Execuções Criminais, a medida vai ajudar a
garantir a segurança da população ao impedir que presidiários
pertencentes ao grupo criminoso ganhem o benefício da saída, e se
juntem, no período do Natal e Ano Novo, a outros bandidos responsáveis
pelas mortes de policiais militares e agentes penitenciários, atentados
contra bases da Polícia Militar e incêndios a ônibus.
Promotores ouvidos afirmaram que já enviaram
requerimento à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) pedindo
para a pasta identificar quem dos quase 4 mil presos, homens e mulheres
que pleiteiam o benefício na capital, são integrantes do grupo criminoso
que atua dentro e fora dos presídios paulistas.
A SAP teria essas
informações porque já divide os presos por facções para evitar conflitos
dentro das unidades que administra.
O ofício do MP teria sido entregue
na última sexta-feira (9).
Assim que receber informações da SAP, a Promotoria irá se manifestar
contrária ao benefício, em requerimento que será encaminhado para a Vara
das Execuções Criminais. Juízes são os responsáveis por conceder, ou
não, o benefício. Cabe ao MP e à SAP opinarem se a saída deve ser dada
aos detentos que solicitaram o benefício.
Procurada para comentar o assunto, a SAP informou, por meio de nota da
sua assessoria de imprensa, que “não tem poder para cancelar um
benefício previsto em lei”. A equipe de reportagem não conseguiu
localizar nenhum juiz representante da Vara das Execuções Criminais para
falar do caso.
Nota da Promotoria das Execuções Criminais, divulgada pela assessoria
de imprensa do Ministério Público, explica o posicionamento sobre o
assunto.“No entendimento dos promotores, fere o processo de
ressocialização e põe em risco à ordem social inserir tais pessoas na
sociedade em face da atual onda de violência que atinge o estado de São
Paulo, com o aumento no número de homicídios de civis e policiais
militares, e com as transferências do crime organizado para outros
estados”, informa.
O texto prossegue informando que “deve ser exigida cautela redobrada na
concessão de benefícios, até porque não se pode ignorar o fato de que
muitos dos crimes são cometidos por ordem das facções criminosas que
comandam os presídios”.
Segundo os promotores, “inserir o sentenciado de regime semiaberto numa
excepcional onda de violência e criminalidade é ação que põe em risco
esse processo e deve ser evitada”.
Agentes penitenciários ouvidos pela reportagem disseram temer alguma
manifestação ou até mesmo rebelião dentro dos presídios por conta da
posição do MP em querer impedir a saída temporária dos integrantes da
facção que estão no regime semiaberto.
Saída temporária
Por lei, os presos do regime semiaberto têm direito a pleitear o
benefício da saída temporária cinco vezes no ano, podendo se ausentar
até sete dias da unidade prisional durante cada um dos períodos. A única
exigência é retornar ao local onde cumpre a pena. Apesar disso, sempre
há registros de foragidos. Quem não retorna perde o direito ao benefício
e volta ao regime fechado.
Tradicionalmente, os juízes das Execuções Criminais determinam que as
saídas ocorram nos feriados da Páscoa (entre março e abril), Dia das
Mães (maio), Dia dos Pais (agosto), Dia das Crianças/Finados (outubro e
novembro), e no Natal/Ano Novo (dezembro e janeiro).
O benefício das
festas de fim de ano, geralmente, são dados entre os dias 24 de dezembro
a 2 de janeiro.
Foi justamente numa dessas saídas temporárias, a do Dia das Mães, que o
preso Francisco Antônio Cesário da Silva, o Piauí, voltou a
Paraisópolis, na Zona Sul da capital, e determinou de lá o assassinato
de seis policiais militares. Detido no Sul do país, ele é apontado pelo
Ministério Público estadual como um dos integrantes da facção que
determinou a morte de dois PMs para cada criminoso morto.
Carta encontrada na mesma comunidade ordenava que a missão dos
criminosos deveria ser cumprida a partir do dia 8 de agosto deste ano.
Desde então, policias são mortos. No revide, PMs são investigados pela
Promotoria como suspeitos de organizarem grupos de extermínio para matar
bandidos e vingarem a morte dos colegas policiais.
Recentemente, Piauí foi transferido para um presídio federal em Porto
Velho, Rondônia, como parte do acordo entre o Ministério da Justiça e o
governo paulista para coibir a onda de violência em São Paulo. Outras
lideranças da facção paulista também serão deslocadas de presídios
comuns para outras unidades prisionais federais ou Regime Disciplinar
Diferenciado (RDD), no interior do estado.
fonte: G1
foi citado numa reportagem um abaixo assinado q pretende reunir 1.000.000 de assinaturas para pedir o fim das saídas dos presídios, promovido pela mãe de uma menina assassinada. Vc saberia informar o link deste abaixo assinado?!?
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