quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Agente penitenciário denuncia clima de insegurança em Araraquara, SP
Um agente da Penitenciária de Araraquara (SP) confirmou, em entrevista ao Jornal Regional deste sábado (15), que o local está superlotado e falou do medo dos funcionários com a insegurança, além de problemas nas condições de trabalho.
O agente, que preferiu não se identificar com medo de ser punido, disse que o clima dentro da penitenciária é de tensão. “Trabalhamos apreensivos e sem diálogo com a diretoria”, disse.
Os funcionários estão preocupados com a superlotação, que coloca a segurança em risco. De acordo com o Ministério Público, no primeiro semestre deste ano, a penitenciária chegou a ter 213 presos acima da capacidade.
O agente disse também que os detentos que trabalham na unidade têm acesso a áreas estratégicas. Além disso, não há guardas suficientes para vigiar tantos presos. “Os presos estão sendo distribuídos por setores de serviços num número maior do que tem de guarda distribuído nesses postos”.
O funcionário ainda afirmou que todos os funcionários estão sobrecarregados. “Nós estamos com déficit de 60 funcionários. Você acaba angariando responsabilidades que você não pode ter. fazer dois, três ou até quatro serviços”.
Ele também denunciou que o horário de almoço não está sendo respeitado e falta estrutura para quem trabalha na cozinha.
Outro lado
Em nota, a SAP informou que a cozinha está em reforma e deve ficar pronta no mês que vem. Informou também que os funcionários têm acesso à diretoria a qualquer hora para falar dos problemas do trabalho. Disse ainda que a unidade segue todas as normas de segurança e que não existe motivo para medo e negou que haja falta de funcionários.O quadro máximo é de 263 agentes e hoje são 217. Com relação ao horário de almoço não respeitado não houve resposta.
Superlotação
Na quinta-feira (13), o Jornal Regional mostrou que o Ministério Público entrou com uma ação denunciando celas lotadas, atendimento médico precário e a alimentação ruim. Além disso, presos não condenados cumprem pena no local e presos primários dividem celas com presos que já cometeram outros crimes.
A SAP reconheceu o problema da superlotação em praticamente todos os presídios paulistas e informou que prevê a construção de 49 unidades prisionais para diminuir o problema em todo o estado.
fonte: G1
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