Agente afirma que apanhou sem motivo ao fechar cela em prisão masculina; é o quarto caso do tipo desde 2007.
Um agente penitenciário de 53 anos foi agredido a socos e pontapés por um detento, no pavilhão 2 da Penitenciária de Ribeirão Preto. A agressão ocorreu às 16h de domingo (20), quando Cleiton Ferreira Lima, 37, era trancado na cela onde dorme, depois do horário de visitas.
De acordo com o boletim de ocorrência, o agente não sabe o que motivou a agressão. Ele pediu ajuda a colegas de trabalho, que imobilizaram Cleiton e o levaram para a cela. O funcionário recebeu atendimento médico por causa das escoriações pelo corpo e foi liberado em seguida.
Segundo a assessoria de imprensa da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), foi feito um boletim de ocorrência e o preso foi autuado por agressão e desacato. Ele foi transferido para o Centro de Readaptação Penitenciária, em regime disciplinar diferenciado, em Presidente Venceslau.
A nota da SAP informa ainda que, por questão de segurança, os presos do pavilhão em que os fatos ocorreram não serão autorizados a fazer atividades externas por prazo indeterminado, até que se apure os reais motivos da agressão.
Quarta agressão
Esta foi a quarta agressão de detentos contra funcionários da unidade desde 2007. Quem trabalha no local diz que a superlotação do presídio e o déficit de funcionários são os responsáveis pelo clima de tensão.
Balanço divulgado no site da SAP mostra que a capacidade é de 792 homens nas celas dos presídios, mas que a lotação é de 1.345, ou 70% a mais.
"Cada cela deveria ter seis presos, mas há algumas que estão com 14. Cada turno deveria ter ao menos 40 agentes e são apenas 30. Faltam funcionários", conta um agente, que prefere não se identificar.
Ele também diz que, por causa da falta de servidores, os funcionários precisam trabalhar até duas horas a mais por dia. "Não temos horas extras. Vivemos com medo e escravizados pela direção do presídio", diz.
fonte: Jornal A Cidade
Jucimara de Pauda
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