Hugo Berni Neto, responsável por 28 presídios do governo de São
Paulo, conseguiu acumular patrimônio milionário em dois anos. Ele está
na função desde 2006, passando pela direção do extinto Carandiru. A
informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo e publicada nesta terça-feira (29).
O que pode ter sido um grande negócio para os defensores da política
da violência (redução do gasto com educação e aumento com presídios e
polícia) foi bem ruim para a população.
Os governos do PSDB, incluindo o atual governador Geraldo Alckmin,
espalharam os presídios pelo estado nos últimos 20 anos e, com eles, a
espalharam também a violência pelo interior de São Paulo, segundo estudo feito no ano passado por pesquisadores da Unesp.
De acordo com reportagem da Folha, o coordenador de presídios, Hugo
Berni Neto, tem um salário de R$ 18 mil e é responsável por licitações
milionárias da Secretaria da Administração Penitenciária.
Um dos contratos, que está sob a apuração do Tribunal de Contas do
Estado, o da alimentação dos detentos da Penitenciária 2 de Itapetinga, é
avaliado em R$ 1,2 milhão. A empresa vencedora da licitação que está
sob investigação é a Geraldo J. Coan, que teve seus proprietários entre
os denunciados da “máfia da merenda”, acusada de fraudar licitações e
pagar propina em municípios do estado.
Em pouco tempo Berni se tornou sócio da irmã em uma empresa
imobiliária, que segundo ele é uma herança de família. A imobiliária
constrói casas avaliadas hoje em mais de R$ 7 milhões. Ele também é
sócio, desde 2013, da Midas Empreendimentos, que com a sua entrada
aumentou o capital social de R$ 2.000,00 para R$ 273 mil, adquirindo
diversos imóveis no interior paulista. “Minha vida pública não se
misturou com a privada”, negou Berni qualquer relação entre
enriquecimento e licitações.
fonte: Carta Campinas
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