quinta-feira, 4 de abril de 2013

Famílias denunciam maus-tratos contra detentos em Cerqueira César



Parentes de presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cerqueira César (SP) estão preocupados com o bem-estar e a integridade dos detentos. De acordo com reportagem exibida pela TV TEM nesta terça-feira (2), uma carta anônima foi entregue aos familiares com denúncias. Os presos teriam mandado uma mensagem por meio de uma mulher que fez uma visita recentemente no prédio.



A carta é assinada por uma pessoa que se declara "infrator anônimo", que falaria em nome de todos os detentos. O documento teria saído do CDP no último domingo (31). A correspondência tem quatro páginas.

Em um dos trechos, o denunciante escreve sobre as dificuldades referentes à saúde, alimentação e higiene pessoal. Em outro momento, o texto diz que inúmeros detentos voltam para as celas apresentando lesões e hematomas e afirma que eles estão sendo vítimas de agressões por parte e funcionários.

A carta foi apresenta à equipe de reportagem por mulheres que pediram para não serem identificadas. Elas justificaram o pedido alegando que têm medo de que os parentes sejam punidos por funcionários do CDP devido à denúncia. “Eles falam que estão passando fome, dormem sem cobertor e que estão sofrendo demais. Estão reclamando muito. Está muito difícil lá para eles”, comenta uma das mulheres.

Outra mulher, que é mãe de um detento, diz que o filho também tem reclamado. “A situação está lastimável lá dentro. Eu sei que quem deve à sociedade tem que pagar pelo erro cometido, mas acho que não é assim. Quem quiser conhecer a porta do inferno é só chegar lá. Lá está o inferno verdadeiro na vida daqueles meninos”, diz a mãe.

A reclamação dela se junta à de outra mãe. “Eu preferia ver meu filho no meio de casa do que ver naquele sofrimento. Como mãe eu preferiria até que Deus recolhesse meu filho. Ver ele sofrendo e eu não poder fazer nada... sabendo que aqui fora eu trabalho, tenho condições de mandar o que ele comer, o que beber”, ressalta.

O CDP foi inaugurado no último 4 de fevereiro. A unidade prisional faz parte do projeto do governo estadual de desativação das cadeias das cidades que sofriam com a superlotação. Dois meses depois, o local já tem 194 acima da capacidade.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), as denúncias das mulheres não procedem. Já sobre a superlotação, a secretaria informou que o excesso de detidos ocorreu porque foi feito o esvaziamento das cadeias da região, ou seja, os presos que estavam na cadeia foram levados para o CDP.

No entanto, ainda segundo a SAP, o governo busca alternativas para acabar com o problema.


fonte: G1







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