O Ministério Público constatou irregularidades nas lagoas de
tratamento de esgoto do Centro de Detenção Provisória e Penitenciária de
Ribeirão Preto localizadas na zona Leste da cidade, área de recarga do
Aquífero Guarani, o maior manancial de água potável do planeta.
A
Promotoria concedeu à SAP (Secretaria de Administração Penitenciária)
45 dias para regularizar a situação em setembro de 2012. O prazo foi
prorrogado por mais 45 dias no início deste ano. Se nada for resolvido, o
caso deve ir à Justiça.
As lagoas recebem o esgoto das duas
unidades prisionais que abrigam 2.731 detentos, segundo números
divulgados pela SAP, que aponta que ainda não foi notificada da ação do
MP.
"Nós recebemos a denúncia por e-mail que falava sobre o
cheiro de esgoto causado pelas fezes. Mandamos os nossos engenheiros
vistoriar as lagoas de contenção e eles constataram irregularidades",
diz a promotora Claudia Habib, do Gaema (Grupo de Atuação Especial de
Defesa do Meio Ambiente).
No laudo feito pelos técnicos do MP
consta que as unidades não controlam o desempenho do tratamento de
esgoto das lagoas. Apenas o entorno delas é capinado e são retirados
óleo e graxos que se concentram na superfície da lagoa. Os resíduos são
mandados para um leito de secagem e em seguida enviados para o rio
Tamanduá.
O engenheiro Olavo Nepomuceno, do MP, afirma que se a água fosse devidamente tratada poderia ser usada para a agricultura.
Funcionários
e familiares de presos dizem que o mau cheiro da lagoa é insuportável.
"Nós ficamos sabendo quando os técnicos vieram vistoriar a área, mas até
hoje não foi feito nada. Continua tudo do mesmo jeito. Quem sofre é
quem trabalha aqui", diz um agente penitenciário, que não quis se
identificar.
A mulher de um preso, que não quer ser identificada,
também relata o problema. "Tem final de semana que fica insuportável.
Eles falam que tratam do esgoto, mas não fazem nada."
fonte: Jornal A Cidade
créditos: Jucimara de Pauda
Nenhum comentário:
Postar um comentário