quinta-feira, 7 de março de 2013

Esgoto de presídios de Ribeirão Preto está na mira do MP

O Ministério Público constatou irregularidades nas lagoas de tratamento de esgoto do Centro de Detenção Provisória e Penitenciária de Ribeirão Preto localizadas na zona Leste da cidade, área de recarga do Aquífero Guarani, o maior manancial de água potável do planeta.

A Promotoria concedeu à SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) 45 dias para regularizar a situação em setembro de 2012. O prazo foi prorrogado por mais 45 dias no início deste ano. Se nada for resolvido, o caso deve ir à Justiça.

As lagoas recebem o esgoto das duas unidades prisionais que abrigam 2.731 detentos, segundo números divulgados pela SAP, que aponta que ainda não foi notificada da ação do MP.

"Nós recebemos a denúncia por e-mail que falava sobre o cheiro de esgoto causado pelas fezes. Mandamos os nossos engenheiros vistoriar as lagoas de contenção e eles constataram irregularidades", diz a promotora Claudia Habib, do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente).

No laudo feito pelos técnicos do MP consta que as unidades não controlam o desempenho do tratamento de esgoto das lagoas. Apenas o entorno delas é capinado e são retirados óleo e graxos que se concentram na superfície da lagoa. Os resíduos são mandados para um leito de secagem e em seguida enviados para o rio Tamanduá.

O engenheiro Olavo Nepomuceno, do MP, afirma que se a água fosse devidamente tratada poderia ser usada para a agricultura.

Funcionários e familiares de presos dizem que o mau cheiro da lagoa é insuportável. "Nós ficamos sabendo quando os técnicos vieram vistoriar a área, mas até hoje não foi feito nada. Continua tudo do mesmo jeito. Quem sofre é quem trabalha aqui", diz um agente penitenciário, que não quis se identificar.

A mulher de um preso, que não quer ser identificada, também relata o problema. "Tem final de semana que fica insuportável. Eles falam que tratam do esgoto, mas não fazem nada."


fonte: Jornal A Cidade
créditos: Jucimara de Pauda

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