quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Promotor quer que agentes paguem R$ 400 mil por darem celular a presos

O promotor de Justiça Wanderley Baptista da Trindade Júnior, da Comarca de Cravinhos (SP), anunciou nesta quarta-feira (12) que ingressará até o fim desta semana com uma ação civil pública contra dois agentes penitenciários acusados de fornecerem telefones celulares para detentos na Penitenciária I de Serra Azul (SP). Fábio Aparecido da Silva e Elton da Silva Bispo foram presos provisoriamente depois de serem flagrados por câmeras de segurança no dia 26 de agosto.

Na ação civil que deve ser apresentada até sexta-feira (14), o promotor disse que pedirá a exoneração dos agentes e a cada um o pagamento de R$ 200 mil (totalizando R$ 400 mil) para o Estado por danos morais difusos – em que a sociedade é desmoralizada pelo delito. "Esses profissionais responsáveis pela ressocialização de presos estão prestando um desserviço, ferindo o princípio da moralidade", disse.

No dia 26 de agosto, o circuito interno da penitenciária em Serra Azul gravou a movimentação dos dois agentes. Elton, então responsável pela revista dos outros colegas em uma ala próxima à dos detentos, foi visto desligando o detector de metais e entregando, com a camuflagem de uma blusa, dois celulares para Fábio. Depois de receber os aparelhos, ele teria deixado os telefones atrás da pia do banheiro de um pavilhão usado pelos presos para atividades de ressocialização. No mesmo dia, foram encontrados outros dois celulares no armário do agente.

Ação penal

Trindade Júnior já havia entrado na semana passada com uma ação penal contra os dois agentes, solicitando o mínimo de 8 anos de prisão para cada um deles, pelos crimes de corrupção passiva, favorecimento real – auxiliar o criminoso sem colocá-lo em risco - e associação criminosa.

De acordo com o promotor, quando foi preso Fábio teria dito que participou do esquema porque tinha uma dívida de R$ 5 mil com líderes de uma facção criminosa dentro da penitenciária.


Administração Penitenciária

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo informou que os servidores poderão ser demitidos por processo administrativo disciplinar, caso sejam comprovadas as irregularidades.

Segundo a secretaria, Elton está preso na Cadeia Pública de Santa Rosa de Viterbo (SP) e Fábio está detido na Penitenciária II de Tremembé (SP). “É lamentável que alguns maus servidores, com interesses escusos, se aproveitem de sua posição para cometerem crimes. Contudo, esses não tiram o brilho, nem o profissionalismo dos bons profissionais”, comunicou.


Outro lado

A reportagem ligou para os dois telefones do advogado de Fábio fornecidos pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e para o número da residência de Elton, mas ninguém atendeu até a publicação da matéria. Elton ainda não tem advogado de defesa definido, de acordo com o promotor.


fonte: G1
créditos: Rodolfo Tiengo

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