Famílias de presos estão revoltados com lotação no CDP de Piracicaba

Presos em liberdade condicional confirmaram neste sábado (2) as péssimas condições do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Piracicaba (SP). Familiares estão revoltados com a situação.

Devido à superlotação, o local não recebe detentos desde o dia 31 de maio depois que a Vara de Execuções Criminais acatou o pedido de liminar do Ministério Público (MP).

Segundo a Promotoria, há 35 homens em cada cela que tem capacidade para oito. Neste primeiro dia de visitas após proibição da Justiça, muitos parentes estavam revoltados com a superlotação. Tem familías inteiras que estão preocupadas e vem de outras cidades para ver os detentos.

A dona de casa Aparecida de Souza esteve em Piracicaba nesta manhã e ficou indignada com a situação da população carcerária do CDP. "Não tem lugar nem para a gente circular no pátio", afirmou. Outra dona de casa, Sonia do Prado, acredita que os presos já pagam os crimes para a sociedade. "Não precisa ser tão humilhante assim", contesta.

Para a Comissão de Direitos Humanos, esta é uma decisão acertada. Segundo Adriano Nappi, membro da entidade, os detentos têm que pagar, mas com dignidade. "A Constituição diz que somos todos iguais perante a lei. Eles têm que pagar pelo delito, mas com dignidade. Cabe ao Estado resolver o problema."

Alguns presos em liberdade condicional disseram à EPTV que a comida vem estragada e azeda. Em uma cela, muitas vezes, são 40 homens em uma. "Há três presos dividindo um colchão."

Crise Carcerária

 Na sexta-feira (1), o MP divulgou fotos internas do CDP. O local apresenta muita umidade nas paredes, sujeira e banheiros imundos e sem válvulas. As roupas têm que ser estendidas do lado de fora das celas. Veja galeria de imagens do prédio feitas pela Promotoria.

A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou neste sábado que, aos finais de semana, só responde sobre possíveis rebeliões e fugas e, portanto, não poderia comentar sobre o assunto na data, segundo a assessoria de imprensa.

fonte: G1