segunda-feira, 27 de julho de 2015

Depoimento mostra que governo fez acordo com facção em 2006, diz jornal



O depoimento de um delegado obtido pelo jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou que o governo paulista fez um acordo com uma facção criminosa para encerrar ataques contra policias em 2006, informou o Jornal Hoje nesta segunda-feira (27). Já o atual secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, nega qualquer negociação do governo com criminosos.

Segundo a reportagem do jornal "O Estado", a declaração sobre o acordo foi dada pelo delegado Luiz Ramos Cavalcanti em um processo judicial que investiga advogados supostamente ligados ao crime organizado. Os 293 ataques contra bases e postos da Polícia Militar, além de delegacias mataram 152 pessoas, entre elas 45 civis, policiais civis, militares, agentes carcerários e guardas.

Na época, então secretário estadual da Administração Penitenciária Nagashi Furukawa determinou o isolamento de 765 presos, incluindo um dos líderes da facção Marcos Camacho, o Marcola, que estava preso em Presidente Venceslau e foi transferido para o presídio de Presidente Bernardes.

De acordo com a reportagem de "O Estado", o delegado participou do encontro. A proposta da facção, feita pela advogada Iracema Vasciaveo, era que os ataques parariam depois que houvesse a confirmação de que Marcola não havia sido torturado por policiais e que os presos amotinados não seriam agredidos.

No depoimento, o delegado também afirmou que o então governador Cláudio Lembo autorizou o encontro, que ocorreu dentro do presídio de segurança máxima Presidente Bernardes. Ao Jornal Hoje, a assessoria do governo de São Paulo divulgou uma nota afirmando que o fato do estado concordar que não haveria represálias contra os presos não significa acordo.

O comunicado informou ainda que é obrigação do estado não fazer represálias. Segundo a assessoria de imprensa do governo, a nota também responde pelo ex-secretário da Segurança Pública Saulo de Castro Abreu Filho, que atualmente é secretário de governo.

A produção do Jornal Hoje não conseguiu falar com então governador Cláudio Lembo nem com então secretário da Administração Penitenciária Nagashi Furukawa para comentarem o assunto.
Durante divulgação de dados sobre a criminalidade em São Paulo na manhã desta segunda-feira, o atual secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, negou qualquer acordo do governo com facções e/ou criminosos.

"Nós não fazemos nenhum acordo com bandido, nenhum acordo com criminosos, sejam eles de facções criminosas, sejam eles de não facções criminosas. Tanto que todos os líderes, os grandes líderes de facção criminosas continuam presos em regime diferenciado disciplinar", disse.



fonte: G1 


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