quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Mulher acusa agentes de torturar filho surdo-mudo no CDP de Taiúva



Mães e mulheres de suspeitos presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Taiúva (SP) acusam agentes penitenciários de maus-tratos e agressão. Segundo as denunciantes, que realizaram um protesto em frente à unidade prisional na manhã desta segunda-feira (13), um dos detentos, de 28 anos, que é surdo-mudo, chegou a ser torturado pelos carcereiros, após ser deixado por três dias em uma solitária.

A mãe do jovem, a trabalhadora rural Maria de Fátima Laur, de 48 anos, contou que o filho ficou isolado dos demais presos entre os dias 29 e 31 de dezembro. Nesse período, os agentes teriam se irritado porque ele tem dificuldade para se comunicar, uma vez que também é deficiente intelectual. “Ele me contou que pedia água e os homens falavam que só dariam se ele dissesse que é mulherzinha. Ele não fez isso, meu filho é homem, não ia fazer uma coisa dessas. Daí chutaram ele e usaram um cabo de vassoura para violentar ele. Judiaram muito."

O jovem está preso provisoriamente no CDP desde julho do ano passado por suspeita de furtar um celular. Segundo Maria de Fátima, essa não foi a primeira vez que o filho relatou ter sido mal tratado pelos carcereiros. A trabalhadora conta que durante as visitas semanais sempre encontra hematomas no corpo do jovem, causados por supostos empurrões e pauladas. “Eles tratam os presos como animais.”

Recém-instituído pela família, o advogado André Luiz Pipino afirmou que as denúncias ainda não foram formalizadas e que orientou a mãe a procurar a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência sobre o caso. “Estamos solicitando a realização de exame de corpo de delito. Conversei com o diretor geral do CDP e pedi para submeterem ele a exames, inclusive de um médico psiquiatra”, disse o advogado.

Ainda de acordo com Pipino, as denúncias serão formalizadas na Justiça e na Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nos próximos dias. A defesa também estuda solicitar a transferência do preso para um CDP adequado. “Eu entendo que ele nem poderia estar nesse presídio, diante das deficiências que possui. Ele não pode estar no meio de presos comuns.”


fonte: G1



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