terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Presídios estão com 70% acima da capacidade na região noroeste paulista

O Brasil é o terceiro país do mundo em quantidade de presos, perdendo apenas para os Estados Unidos e China. No estado de São Paulo, o número da população carcerária quase triplicou nos últimos dez anos. Na região de Araçatuba, a situação não é muito diferente. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), a quantidade de presos da região está 70% acima do permitido.

Aumento da criminalidade, lentidão da Justiça e falta de estrutura física estão entre as principais causas da superlotação nas penitenciárias do noroeste paulista. A região de Araçatuba é a que tem o maior número de pessoas cumprindo pena em regime fechado de todo interior paulista, passando dos 10 mil presos. Só para citar um exemplo, em Valparaíso, juntos, o Centro de Progressão e a Penitenciária de Valparaíso têm capacidade para 1.464 presos, mas atualmente estão com 2.228.

Em Andradina, a estrutura da penitenciária deveria abrigar 790 presos, mas tem quase 1,4 mil.
Os três presídios de Lavínia comportam 2,3 mil detentos, porém estão com 3,8 mil detentos.
As duas penitenciárias de Mirandópolis têm capacidade para 1,6 mil presos, no entanto, abrigam 2.076. Os Centros de Ressocialização de Araçatuba e Birigui deveriam ter 100 presos, mas tem 140.

A superlotação dos presídios reflete também no Judiciário. Para cada preso são, pelo menos, três processos. Só o Fórum de Araçatuba acumula cerca de 30 mil casos, que ficam a cargo de 30 funcionários.
O acúmulo de trabalho chega também à Defensoria Pública. São quatro profissionais para visitar 22 unidades entre penitenciárias, cadeias e Centros de Ressocialização. Cada lugar é visitado apenas uma vez por ano.

De acordo com a SAP, em 10 anos o número de presos cresceu 160% em todo Estado, saltando de 67.600 mil para 174 mil. Já o número vagas em presídios, de juízes e de defensores públicos continuou o mesmo.

Em nota, a SAP afirmou que R$ 1,5 bilhão estão sendo investidos na construção de 49 presídios. Os novos prédios devem abrir mais 39 mil vagas.


fonte: G1

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