Alvo de suposta revanche de criminosos seriam 4 delegados, 8 policiais, juiz e promotor de São José. Denúncia chegou por email, em agosto, à Secretaria de Segurança Pública.
O PCC (Primeiro Comando da Capital) criou ‘uma lista do castigo’ com o nome de delegados, policiais civis, um juiz e um promotor de São José dos Campos.
O VALE teve acesso ontem a um documento em que a Ouvidoria da SSP (Secretaria da Segurança Pública) pede ao Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior), que apure a possibilidade de atentados e ameaças de morte contra 14 pessoas -- quatro delegados, oito investigadores, um juiz e um promotor.
O pedido foi motivado por uma denúncia anônima, feita por email, à ouvidoria no dia 13 de agosto. O ofício foi encaminhado ao Deinter em 5 de outubro, segundo o documento.
O Deinter afirmou não ter conhecimento de nenhuma denúncia desta natureza.
Para a SSP, as ações do PCC estão controladas e o último registro de ataque por parte da facção foi registrado em 2007.
Ameaça. A denúncia enviada à ouvidoria afirma que o PCC criou uma lista com as autoridades que “estão incomodando os criminosos com seus trabalhos”.
No documento, a denunciante, que afirma ser mulher de um presidiário, diz que os nomes foram escolhidos após um ‘sumário’ realizado na Baixada Santista.
Dos 12 nomes de policiais citados, 10 são da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de São José, e outros dois são delegados plantonistas, um de Taubaté e outro de São José.
Motivos. Em 2011, o tráfico de drogas recebeu duros golpes da polícia em São José.
Os dois principais nomes do tráfico na zona sul e na favela Santa Cruz, Robson Otávio dos Santos, 35 anos, o ‘Máscara’ e Rogério Márcio Machado, 27 anos, o ‘Mouse’ foram presos recentemente.
“Essa denúncia pode ser uma forma dos bandidos tentarem nos intimidar. Mas os nomes citados são realmente daqueles que estão incomodando os traficantes”, disse um policial.
Há uma semana, a Dise também estourou um laboratório de cocaína na zona sul, onde165 quilos de drogas foram apreendidos, além de matéria prima para o refino de cocaína.
Providências.
A denúncia deu início a um inquérito que irá apurar se existe ou não o risco de novos ataques.
“Precisamos ter atenção redobrada. Embora haja apuração, se há a intenção de uma ação contra nós, pode acontecer a qualquer momento”, diz uma das pessoas da lista.
Facção desafia autoridades com ações ousadas
São José dos Campos
A facção criminosa já desafiou autoridades de segurança pública com atentados em outros anos.
Entre 12 e 20 de maio de 2006, confrontos entre integrantes do PCC e policiais terminaram com o saldo de 38 pessoas mortas em 15 cidades do Vale do Paraíba.
Foram dois policiais e sete suspeitos mortos em confrontos. Além disso, ocorreram 13 casos de mortes em rebeliões e outros homicídios ligados ao tráfico de drogas.
Sete pessoas foram presas à época, suspeitas de estarem envolvidas com os ataques.
Diretor:
Outra ação ousada envolvendo o PCC foi a morte de José Ismael Pedrosa, 70 anos, ex-diretor da Casa de Custódia de Taubaté e do Carandiru. Ele estava aposentado há dois anos.
Pedrosa foi morto em uma emboscada no final da tarde do dia 23 de outubro de 2005, com 10 tiros de calibre 380.
Ele saiu de um churrasco na casa de amigos e ao perceber que era seguido tentou fugir, mas bateu o carro e acabou executado. Três acusados pelo crime foram presos, julgados e condenados.
ENTENDA O CASO
denúncia
A Ouvidoria da SSP recebeu em 13 de agosto uma denúncia anônima por e-mail afirmando que o PCC criou uma ‘lista do castigo’, com nomes de autoridades que ‘atrapalham’ as atividades do grupo. Em outubro, a SSP encaminhou ofício para a Polícia Civil do Vale.
ameaças
A denúncia aponta o nome de 14 autoridades de segurança pública como possíveis vítimas da facção: quatro delegados, oito policiais civis, um promotor e um juiz
lista
Dos 12 policiais citados, 8 trabalham na DIG ou Dise de São José. As delegacias que atuam em conjunto contra o tráfico de drogas
golpes
Em 2011, a facção criminosa recebeu golpes da polícia. Dois comandantes do tráfico em bairros da zona sul e na favela Santa Cruz foram presos. Há duas semanas, um laboratório de drogas foi descoberto
ssp
A SSP informou que as ações do PCC estão controladas
PCC foi criado em cadeia de Taubaté
A facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foi fundada em 31 de agosto de 1993, no ‘Piranhão’, a Casa de Custódia de Taubaté. O grupo foi formado, inicialmente, por oito detentos, que tinham como meta reivindicar melhores condições para presos. A facção cresceu e hoje tem ampla participação no tráfico nacional e internacional de drogas.
fonte: O Vale
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