sábado, 2 de abril de 2011

Atrás das grades, funcionários adoecem de forma silenciosa

Pesquisa do Instituto de Psicologia da USP São Paulo, sobre os Agentes de Segurança Penitenciária no exercício de suas funções, tem como título,  "O espaço de vida do agente de segurança penitenciária no cárcere: entre gaiolas, ratoeiras e aquários." Essa tese de doutorado realizada pelo pesquisador e psicólogo Arlindo da Silva Lourenço, analisou 27 profissionais da área em duas unidades masculinas do Estado de São Paulo, sendo observados por 120 horas, o que corresponde a dez plantões.
De acordo com o autor:
- o ambiente das prisões, além de perigoso e insalubre, é também um lugar precarizado e pauperizado;
- os profissionais sentem a consequência das condições inadequadas de trabalho, mas poucos conseguem, no sentido da transformação do ambiente;
- as más condições de trabalho levam à precarização da própria existência pessoal dos ASP's;
- o ambiente da prisão leva à vitimização das pessoas, sejam funcionários ou presos.

O autor também destaca que os Agentes de Segurança Penitenciária sofrem com a pena de reclusão, mesmo não sendo eles os prisioneiros. Aponta transtornos de humor e neuróticos, uso abusivo de substâncias psicoativas, desordens ansiogênicas, dificuldades para dormir ou respirar, frustação profissional, alta insatisfação nas tarefas, dificuldades em manter um relacionamento conjugal satisfatório e até mesmo suicídios. O espaço de vida do ASP no interior do cárcere, é algo que limita as possibilidades de desenvolvimento pessoal e de grupo.

Sua tese está autorizada e disponível para download no site 4shared.
http://www.4shared.com/document/nlld6vEw/Agente_no_crcere.html

Divulguem, pois finalmente alguém se atentou às condições profissionais dos ASP's.

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