quinta-feira, 23 de julho de 2015

Áudio revela agente penitenciário orientando falso confronto com a PM


Um áudio supostamente enviado por WhatsApp revela uma conversa em que o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp-SP), Daniel Grandolfo, incentiva uma simulação de confronto entre policiais militares e agentes penitenciários em greve no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pontal (SP). O material foi obtido com exclusividade pela rádio CBN Ribeirão. Procurado pelo G1, Grandolfo confirma a autoria da conversa, mas nega que tenha incitado qualquer ato forjado.

Na gravação, Grandolfo orienta um agente penitenciário a simular um confronto com a PM, gravar as imagens do falso confronto e divulgá-las para a imprensa, na tentativa de que o movimento grevista conquistasse mais adeptos. O presidente do Sindicato diz ainda que os servidores devem combinar previamente a abordagem com os policiais miliares.

"Vocês fazem a cena do louco, troca (sic) ideia antes com os PMs, se os PMs forem invadir mesmo, troca ideia com eles. Faz a cena, vê se consegue chamar a imprensa, ou alguém para filmar com celular. Alguma coisa desse tipo, faz uma cena. Fala para os PMs empurrar (sic) os guardas, fazer um bagulho meio louco", diz Grandolfo em trecho da gravação."

Procurado pelo G1, o presidente do Sindasp confirma a autoria do áudio, mas nega que tenha incitado qualquer simulação de agressão entre os grevistas e a Polícia Militar. Grandolfo afirmou que a gravação se trata se uma conversa informal e alegou que se equivocou com as palavras utilizadas.

"Não existe enfrentamento forjado entre a PM e os agentes penitenciários, jamais. Todo mundo sabe que não tem forjamento com a PM. A ordem é essa: se a polícia chegar, fiquem na frente, filmem as arbitrariedades que vão acontecer, para mostrar para a categoria o que realmente está acontecendo, o que estamos sofrendo", diz.

A Polícia Militar informou, em nota, que precisa ter acesso ao áudio para só então se manifestar sobre o assunto.

Dilvulgação

Na conversa com o agente penitenciário de Pontal, Grandolfo reforça a necessidade de que agressão forjada seja filmada e divulgada para a imprensa, com o intuito de que a greve ganhe mais visibilidade e conquiste adeptos.

"É esse tipo de imagem que vai revoltar a categoria e vai conseguir a adesão de mais gente. Fica um dos cara (sic) de fora e o outro dá a cara lá na frente dos PMs, pede para o PM segurar ele, algemar, sei lá eu. Fazer alguma coisa contra o guarda, entendeu? E já era. A gente bota o cara de herói aí e distribui em todos os lugares. É isso aí que faz o movimento crescer", consta em trecho da gravação.

fonte: G1

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