O CDP (Centro de Detenção Provisória) de Diadema, na Vila Conceição, com quadro de superlotação de 1.317 detentos para 576 vagas, suspendeu por 30 dias a visita para cerca de 450 presos dos raios (conjuntos de celas) 11, 21 e 31.
A decisão foi anunciada na terça-feira, logo depois que dois agentes penitenciários foram agredidos com socos e chutes por um preso que estava na cela 4, do raio 21. O caso escancara a vulnerabilidade do sistema prisional, segundo o Sindasp (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo).
Além disso, 38 homens foram transferidos para a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau. Familiares denunciam que esses detentos sofreram agressão por parte do GIR (Grupo de Intervenção Rápida), ligado à SAP (Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo).
A SAP informou ontem "não ter qualquer informação sobre agressão praticada pelo corpo funcional contra presidiário". No entanto, os próprios agentes registraram boletim de ocorrência por lesão corpoal (artigo 129 do Código Penal) no 1º Distrito Policial de Diadema, conforme o Diário teve acesso.
Os agentes penitenciários Sérgio Cena de Oliveira, 34 anos, e José da Silva Pinho, 41, acusaram Ramon Ruiz, 23, de Diadema, como o autor das agressões. Oliveira contou à polícia que, ao abrir a porta da cela 4, do raio 21, se deparou com o preso, sentado. Sem motivo algum, Ruiz começou a agredi-lo.
A mesma cena, que teria sido apenas assistida pelos detidos da cela, se repetiu com o agente Pinho.
"As agressões aos agentes são comuns. Um único profissional, desarmado, entra em contato com criminosos para abrir os raios e permitir acesso ao banho de sol. A qualquer momento pode ser feito refém", afirmou o presidente do Sindasp, Daniel Grandolfo.
O delegado Alexandre Fuchikami Brisola requisitou que os dois agentes se submetessem a exames de corpo de delito. O inquérito policial foi instaurado para apurar o caso.
fonte: Diario do Grande ABC
créditos: Elaine Granconato
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